O Piauí fecha 2012 ocupando uma posição
nada lisonjeira no ranking da moralidade pública: é o quarto Estado
brasileiro em número de inquéritos contra prefeitos e ex-prefeitos
instaurados pela Polícia Federal. Os gestores e ex-gestores são
investigados pela prática de corrupção com manejo do dinheiro público.
Em todo o país, a Polícia Federal conduz
3.167 inquéritos sobre desvios de recursos e corrupção envolvendo
prefeituras. No Piauí, existem 285 inquéritos contra prefeitos e
ex-prefeitos. Nessa corrida para cima do cofre público, o primeiro
colocado é o Maranhão, com 644 inquéritos, seguido da Bahia, com 490
inquéritos; e do Ceará, com 296 inquéritos.
Os dados constam de levantamento
realizado pela Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado
da PF. Além de prefeitos e ex-prefeitos, os inquéritos envolvem
secretários e servidores municipais e pessoas que ocupam cargos
comissionados.
No Piauí, mais da metade dos mais de 1.200 inquéritos em
tramitação na Polícia Federal cuidam de investigações de crimes na
gestão pública – fraudes em licitações, desvios de recursos públicos,
uso de notas fiscais frias, entre outros.
Entre os gestores e ex-gestores
investigados pela Polícia Federal no Estado, estão os sete prefeitos e
dois ex-prefeitos presos na Operação Geleira, deflagrada em janeiro do
ano passado, para apurar desvios de R$ 20 milhões da saúde e da
educação, através de notas fiscais falsas.
Os acusados passaram cinco dias presos.
Entre os prefeitos que foram presos está o de Uruçuí, Valdir Soares
(PT), que já foi afastado do cargo mais de dez vezes nos últimos dois
anos, acusado de improbidade e outras irregularidades
administrativas.
Não é à toa que em dezenas de municípios a situação é
de caos, na troca de comando dos gestores, em função das dívidas
acumuladas, da paralisação de serviços públicos e do abandono das
cidades.
Por Zozimo Tavares