Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão
condenados. Perdoem, e serão perdoados. Lucas 6:37
Muitos conhecem a história daquele homem que, num dia chuvoso, saía para
seu trabalho e descobriu que todos os guarda-chuvas que estavam em casa
precisavam de conserto. Através dos anos, os filhos tinham crescido, deixando
um número de guarda-chuvas que a família ainda possuía. Na primeira busca,
encontrou quase uma dúzia. Sem muita vontade, tomou alguns deles para levar
para consertar.
No fim do dia, passou numa lanchonete antes de voltar para casa e, ao
sair, pegou por engano um guarda-chuva que não era o dele. Antes que ele
chegasse à porta, o dono do guarda-chuva o alcançou e pediu-o de volta. O homem
ficou embaraçado e pediu desculpas.
Saiu dali, foi à loja de consertos, pegou os guarda-chuvas consertados e
tomou um ônibus. Duas paradas à frente, entrou um senhor que logo disse: “Bem,
vejo que você foi bem-sucedido hoje.” Era o homem cujo guarda-chuva tinha sido
pego por engano no restaurante. Nenhuma explicação por parte daquele que
consertara os guarda-chuvas convenceria seu acusador de que ele era qualquer
coisa menos um ladrão de guarda-chuvas.
Essa é mais uma demonstração de como atribuímos motivos e saltamos
rapidamente para conclusões que não estavam na ação nem na intenção da pessoa.
No sermão do monte, Jesus fez uma afirmação corajosa e um mandado
difícil: “Não julguem, e vocês não serão julgados.”
Podemos usar a palavra “julgar” de duas maneiras: pode ser o ato de
discernir ou diferenciar entre duas coisas. Falamos sobre julgar entre o bem e
o mal, o certo e o errado. Mas não é a isso que Jesus está Se referindo.
Os judeus, por exemplo, se viam melhores e mais aceitáveis a Deus do que
os gentios – especialmente os fariseus, envoltos em seu manto de justiça
própria.
Posso considerar uma pessoa e/ou grupo como errados, mas se essa
percepção me levar a desvalorizar a pessoa e/ou o grupo, também estou errado.
“Não se ponham como norma. Não façam de suas opiniões, seus pontos de
vista quanto ao dever, suas interpretações da Escritura, um critério para
outros, condenando-os em seu coração se não atingem seu ideal” (Ellen G. White,
O Maior Discurso de Cristo, p. 124).
Como nenhum de nós está isento de argueiro ou trave no olho, é melhor
não falar, não julgar e, antes, dar uma olhadinha em nós mesmos.